Revista FONAMEC
- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 94 - 110, maio 2017
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pressupõe que os jogadores estabeleçam um programa de
jogo que lhes possibilite alcançar resultados ótimos sem dei-
xar de levar em conta que os concorrentes também tentariam
estabelecer planos similares.
Para Marinho (2011, p.41):
A Teoria dos Jogos é um método matemático para abordar
formalmente os processos de tomada de decisão por agen-
tes que reconhecem sua interação mútua do tipo: “penso que
você pensa o que eu penso sobre você mesmo”. Ou seja, sem-
pre que minha decisão é baseada no que eu acho que você
vai fazer, em função do que você entende que eu mesmo vou
decidir, a Teoria dos Jogos entra em ação.
Essa teoria, conforme Almeida (2003), tem como objeto a análise
matemática de qualquer situação que envolva um conflito de interesses,
de maneira a descobrir as melhores opções, diante de condições especí-
ficas, para que se alcance o objetivo desejado por um jogador racional.
Preocupa-se com contextos onde exista a presença de mais de um
interessado em maximizar seu próprio ganho, por isso tão aplicável em
cenários onde o conflito precisa ser administrado.
Salienta Oliveira Filho (2011, p.251) que:
O uso de experimentos por modelos de jogos para formalizar
situações de conflito, visa detectar os aspectos mais impor-
tantes de cada circunstância, e que influenciam as delibera-
ções, bem como o comportamento dos agentes.
Historicamente, afirma Almeida (2003), o estudo da Teoria dos Jogos
remonta ao século XVII, mas é somente no século XX, mais precisamente
após a Primeira Guerra Mundial, que há o seu desenvolvimento, quando
alguns matemáticos elevaram os jogos a objeto de estudos científicos.
Destaca-se no estudo da Teoria dos Jogos, o matemático francês,
Émile Borel, que partiu de observações feitas a partir do jogo de pôquer e
evidenciou a questão do blefe, ao constatar que o jogador precisa basear
a sua jogada, conforme expectativa de jogada, dentro de determinadas