Revista FONAMEC
- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 94 - 110, maio 2017
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sentimentos e interesses subjacentes ao conflito, possibilitan-
do os dissidentes chegarem a um acordo em uma dimensão
ampla da problemática, sem palpites de terceiro, através do
restabelecimento da comunicação e da transformação do
conflito.
A mediação, por ser recomendada em contextos de relações conti-
nuadas, assim como a análise de resultados baseados na Teoria dos Jogos,
propicia a formulação de condutas estratégicas, baseadas na expectativa
de comportamentos dos demais envolvidos.
E o meio para modelar esse jogo são as informações disponíveis,
trabalhadas através de uma comunicação produtiva, devidamente esti-
mulada pelo mediador, que tem como função primordial fazer com que
as partes percebam que cooperar aumentará as possibilidades de ganhos
individuais e, consequentemente, de benefícios mútuos.
Essa questão de pensamento no ganho individual não deve ser tida
como ausência de ética na conduta, mas sim, conforme ressalta Azevedo
(2013), como um aspecto de racionalidade, voltada à otimização de resul-
tados, que deverá ser evidenciada e estimulada pelo mediador durante
toda a sessão.
3 O EQUILÍBRIO DE NASH NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
John Forbes Nash Junior formulou a noção de equilíbrio que ostenta
seu nome e revolucionou a economia e outras ciências, o que o levou
a conquistar o prêmio Nobel de economia, com a tese Non-Cooperative
Games (Jogos Não-Cooperativos, publicada em 1951).
No processo evolutivo da Teoria dos Jogos, John Nash, a aperfei-
çoou e abordou de maneira inovadora a interação entre indivíduos racio-
nais envolvidos numa disputa. Verificou ser possível agregar ganhos aos
resultados através a cooperação
Pode-se conceituar o princípio de equilíbrio, consoante dispõe Aze-
vedo (2013, p.56), como uma combinação de estratégias que os jogadores
devem escolher, de maneira que nenhum jogador faria melhor se esco-
lhesse uma outra alternativa, dada a estratégia que o outro escolhe. Ou
seja, “a estratégia de cada jogador deve ser a melhor resposta às estraté-
gias dos outros”.