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Revista FONAMEC

- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 273 - 285, maio 2017

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um diálogo inicial com o pensamento de Kay Prannis 2.1 Evoluções dos

Desafios do Estado no Processo de Capacitação dos Colaboradores do Sis-

tema Público e a influência da sociedade contemporânea neste desafio.

3 Conclusão.

1- INTRODUÇÃO

A responsabilidade social é a ferramenta básica para construção do

processo de reestruturação do Poder Judiciário como parte da estrutura

da Administração Pública. A prova do seu bom desempenho dentro do

panorama organizacional é uma função administrativa, mais eficiente que

colabore na integração com os demais componentes sociais e políticos

dentro do Estado Democrático de Direito.

É função/missão do Poder Judiciário, garantir o cumprimento dos

direitos e deveres de todos os cidadãos. No ambiente organizacional, o

que se vê é que um dos efeitos do aprendizado com a Justiça Restaurativa

é a aproximação das pessoas e, assim fazendo, aproxima também o

Poder Judiciário da sociedade. Por outro lado, é necessário investimento

no processo de capacitação dos operadores do direito para que estejam

habilitados para usar a dita ferramenta, que é um instituto novo no Brasil.

Ressalte-se, que assim como todo instrumento jurídico tem um

princípio educativo, se faz necessário que as pessoas sejam educadas

para sua aplicação, uma vez que a Justiça Restaurativa ainda está em

fase de amadurecimento e pode ter como finalidade “desjudicializar” ou

“desformalizar” o processo, sem desconstruir o direito de sua finalidade

e eficácia. Sua finalidade está diretamente ligada ao rito processual que o

processo tomar. Se alcançado o resultado, poderá contribuir para redução

de delitos criminais e para que o direito e a sociedade se humanizem em

direção à Cultura de Paz.

“A justiça restaurativa é conseguida idealmente através de um pro-

cesso cooperativo que envolve todas as partes interessadas principais na

determinação da melhor solução para reparar o dano causado pela trans-

gressão”.(MCCOLD;WACHTEL, 2003, p.7).

Se referida prática for realizada através dos “círculos de paz”, ela es-

tará vinculada às nossas relações de ancestralidade, a partir da cultura in-

dígena, eis que na antiga tradição dos índios norte-americanos, era usado

um objeto chamado “bastão de fala”, que passava de pessoa para pessoa

dentro do grupo, assim como nos círculos de paz de Justiça Restaurativa.