Revista FONAMEC
- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 321 -337, maio 2017
332
de alguma questão. Essa técnica, caso o mediador entenda ser útil, deve
ser utilizada de forma equilibrada, fundamentada nos princípios da con-
fiança e da imparcialidade. Caso opte-se em realizar a sessão privada com
uma parte, o mediador, necessariamente, deve-se fazê-la com a outra,
com igualdade de tempo, sempre com a indagação da parte se o que for
revelado na sessão privada deve ser tratado como informação confiden-
cial ou se algo pode ser relatado à outra parte em benefício da mediação.
Ao final da terceira etapa espera-se que o mediador tenha conse-
guido levantar quais são os pontos controvertidos, os reais interesses dos
participantes e quais opções não serão aceitas de modo algum.
16
A próxima etapa é voltada para a geração livre de opções, na qual
pode-se utilizar da técnica de
brainstorming,
segundo a qual os partici-
pantes expõem livremente as soluções que vêm à mente, sem pretensão
da viabilidade, sendo anotado pelo mediador, preferencialmente, em um
local de boa visibilidade para os participantes, a fim de ser analisado de
forma conjunta posteriormente. Em seguida, com um número considerá-
vel de opções inicia-se o processo de análise das alternativas apresenta-
das, buscando-se excluir aquelas inviáveis, incumbindo ao mediador es-
timular os participantes a criar novas soluções, partindo daquelas dadas,
buscando aprimorar as sugestões iniciais. Encerrada essa fase, os partici-
pantes estão prontos para negociar.
Na etapa da negociação, o mediador deve buscar a cooperação,
para que as partes atuem de forma colaborativa, superando o comporta-
mento adversarial, visando obter a solução que satisfaça ambos os inte-
resses, sem que haja imposição da decisão de uma ao outro, com a manu-
tenção da igualdade da comunicação.
Leonard L. Riskin e James E. WestBrook dão ênfase para a necessidade
de os participantes compreenderem efetivamente as propostas feitas pela
outra parte, para que não restem dúvidas quanto ao seu objeto e limites.
17
Ao fim da negociação, espera-se que o acordo seja obtido e que o
conflito tenha sido, pelo menos parcialmente, solucionado. Pode-se tam-
bém chegar a uma composição parcial e agendar uma nova sessão de me-
diação para resolução das demais questões ou prosseguir judicialmente
para avaliar esses pontos (art. 356 do CPC 2015). Caso não seja possível a
16 FOLBERG, Jay; TAYLOR, Alysson. Ob. Cit. p. 49
in
ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de, PANTOJA, Fernanda Me-
dina e PELAJO, Samantha (coord.). A mediação no novo código de processo civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 153.
17 RINKIN, Leonard. L.; WESTBROOK, James E. op. cit. p. 171
in
Ob. Cit. p. 154.