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Revista FONAMEC

- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 321 -337, maio 2017

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de alguma questão. Essa técnica, caso o mediador entenda ser útil, deve

ser utilizada de forma equilibrada, fundamentada nos princípios da con-

fiança e da imparcialidade. Caso opte-se em realizar a sessão privada com

uma parte, o mediador, necessariamente, deve-se fazê-la com a outra,

com igualdade de tempo, sempre com a indagação da parte se o que for

revelado na sessão privada deve ser tratado como informação confiden-

cial ou se algo pode ser relatado à outra parte em benefício da mediação.

Ao final da terceira etapa espera-se que o mediador tenha conse-

guido levantar quais são os pontos controvertidos, os reais interesses dos

participantes e quais opções não serão aceitas de modo algum.

16

A próxima etapa é voltada para a geração livre de opções, na qual

pode-se utilizar da técnica de

brainstorming,

segundo a qual os partici-

pantes expõem livremente as soluções que vêm à mente, sem pretensão

da viabilidade, sendo anotado pelo mediador, preferencialmente, em um

local de boa visibilidade para os participantes, a fim de ser analisado de

forma conjunta posteriormente. Em seguida, com um número considerá-

vel de opções inicia-se o processo de análise das alternativas apresenta-

das, buscando-se excluir aquelas inviáveis, incumbindo ao mediador es-

timular os participantes a criar novas soluções, partindo daquelas dadas,

buscando aprimorar as sugestões iniciais. Encerrada essa fase, os partici-

pantes estão prontos para negociar.

Na etapa da negociação, o mediador deve buscar a cooperação,

para que as partes atuem de forma colaborativa, superando o comporta-

mento adversarial, visando obter a solução que satisfaça ambos os inte-

resses, sem que haja imposição da decisão de uma ao outro, com a manu-

tenção da igualdade da comunicação.

Leonard L. Riskin e James E. WestBrook dão ênfase para a necessidade

de os participantes compreenderem efetivamente as propostas feitas pela

outra parte, para que não restem dúvidas quanto ao seu objeto e limites.

17

Ao fim da negociação, espera-se que o acordo seja obtido e que o

conflito tenha sido, pelo menos parcialmente, solucionado. Pode-se tam-

bém chegar a uma composição parcial e agendar uma nova sessão de me-

diação para resolução das demais questões ou prosseguir judicialmente

para avaliar esses pontos (art. 356 do CPC 2015). Caso não seja possível a

16 FOLBERG, Jay; TAYLOR, Alysson. Ob. Cit. p. 49

in

ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de, PANTOJA, Fernanda Me-

dina e PELAJO, Samantha (coord.). A mediação no novo código de processo civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 153.

17 RINKIN, Leonard. L.; WESTBROOK, James E. op. cit. p. 171

in

Ob. Cit. p. 154.