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Revista FONAMEC

- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 157 - 170, maio 2017

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os métodos, verifica-se que outros elementos foram destacados

13

, melhor

estabelecendo os campos de aplicação e objetivos de cada um.

Na verdade, a conciliação, assim como a mediação, atualmente são

vistos como métodos de solução consensual de conflitos que, mediante

a atuação de um terceiro neutro e imparcial, visam auxiliar as partes a

encontrarem alternativas para resolver elas próprias suas questões, em-

poderando-as

14

.

Tanto é assim, que as duas técnicas, segundo o curso de formação

orientado pelo Conselho Nacional de Justiça, possuem o mesmo processo

lógico e cronológico, composto por etapas que se sucedem, a saber:

a) preparação do ambiente e dos mediadores/conciliadores;

b) recepção das partes;

c) declaração de abertura;

d) reunião de informações;

e) resumo;

f) provocação de mudanças;

g) negociação; e

h) encerramento.

Na mediação, contudo, dado seu caráter essencialmente transfor-

mador, como já destacado anteriormente, a fase de provocação de mu-

danças é mais extensa, para preparar as partes para a negociação; já na

conciliação, essa fase é reduzida, e a etapa de negociação é mais extensa

e, nela, as partes contam com as sugestões do conciliador.

A figura abaixo exemplifica bem essa diferença:

13 Como a possibilidade de o conciliador apresentar sugestões para solução do litígio, enquanto o mediador deverá

auxiliar os interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo a, com o restabelecimento

da comunicação, encontrarem por si próprios soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

14 O empoderamento das partes é exatamente dar a elas a sensação de que são capazes de resolver por si próprias

seus conflitos, sem “terceirizar” a solução para outras pessoas, como o juiz ou o árbitro. Segundo o manual de me-

diação judicial (op. cit., p. 142), “Empoderamento” é a tradução do termo em inglês empowerment e significa a bus-

ca pela restauração do senso de valor e poder da parte para que esta esteja apta a melhor dirimir futuros conflitos.