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Revista FONAMEC

- Rio de Janeiro, v.1, n. 1, p. 384 - 406, maio 2017

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A idéia do patrulhamento comunitário surgiu há pouco mais

de um mês quando um grupo de moradores conversava e,

no meio da conversa, foram contando os casos de assaltos

ocorridos no loteamento. Eles contam que, na apuração feita

“por cima”, foram identificados 17 assaltos, tendo morado-

res e comerciantes como vítimas.

Em alguns ataques, os criminosos fizeram disparos de arma

de fogo para o alto e agrediram suas vítimas. Constatados os

casos, vieram a insatisfação dos moradores e o desejo de re-

ação. Entre as vítimas estavam senhoras e idosos, bem corno

o proprietário da única panificação do loteamento, que foi

assaltado três vezes pelo mesmo criminoso.

Os moradores afirmam que a primeira providência foi procu-

rar o comando do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e pe-

dir ajuda. Segundo eles, a PM teria respondido que não tinha

condições de garantir o policiamento no Bela Vista por causa

da falta de efetivos e de viaturas. No 8º Distrito de Polícia

(DP), cujo prédio fica relativamente próximo do loteamento,

a informação foi a de que o policiamento ostensivo é dever

constitucional da Polícia Militar e que à Polícia Civil cabe ape-

nas a investigação de crimes,

“Voltamos desses dois encontros na condição de abandona-

dos pelos organismos de segurança no bairro. Fizemos várias

reuniões e decidimos que nós mesmos iríamos às ruas, ao

menos tentar minimizar o índice de assaltos no loteamento”,

disse um morador.

Desarmados e destemidos

Todas as noites, um grupo de 20 moradores se reúne em

frente ao Mercadinho União, logo depois do Jornal Nacional

e do culto nas igrejas evangélicas existentes no loteamento.

Com pequenos rádios comunicadores, de alcance de 500 me-

tros, eles se dividem em grupos de três ou de quatro e saem

para a ronda. Não há farda, nem armamento na patrulha.

Estrategicamente, alguns grupos se posicionam nas entradas

do loteamento. Do local, eles observam todas as pessoas que