Nesta sexta-feira (25), a diretora-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), desembargadora Cristina Tereza Gaulia, doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), recebeu a advogada Rita Cortez, presidente da Academia Carioca de Direito, que falou sobre “Advocacia” no programa “Sextas na EMERJ – a palavra é”.
“Nós brigamos pela dignidade do ser humano. O que nós fazemos aqui, quando defendemos direitos sociais, direitos políticos e civis, é brigar para dar dignidade às pessoas. Toda constituição tem como base os direitos humanos e foi construída em cima disso”, disse Rita Cortez, formada em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Trajetória
A advogada falou sobre os caminhos que percorreu em sua carreira: “Eu sempre optei pela área trabalhista, não pela faculdade, mas pelas discussões que eu já travava. Participei de reuniões de grêmio em uma época que era muito complicada, pois estávamos sob ditadura, e tudo era muito difícil, não tínhamos as liberdades que conhecemos hoje. Fui tomando gosto por ter um posicionamento mais crítico perante a sociedade, e a época também nos propiciava assumir esse tipo de conduta e postura”.
Advocacia trabalhista
A entrevistada destacou a atual conjuntura da advocacia trabalhista: “É difícil separar a situação da advocacia trabalhista da advocacia de forma geral. O Direito do trabalho é fundamentalmente um direito social, que nos leva a ter essa postura crítica. Nós nos consideramos militantes no Direito”.
“Eu faço parte de uma história que não pode ser esquecida dentro da Ordem dos Advogados do Brasil. Nós fizemos parte do Movimento de Renovação dos Advogados, que visava ter uma postura crítica, era um grupo de advogados, e também tínhamos um grupo político. O envolvimento com esses grupos políticos e entender a importância das instituições que nos representam me fizeram ter uma participação mais intensa”, ressaltou.
A mulher no Judiciário
“Eu penso que estamos ainda caminhando e, a partir da conscientização, você parte para uma agenda de reinvindicações que às vezes são atendidas. As maiores dificuldades são de evoluir dentro dos escritórios e nas empresas. É a estatização. Quanto mais alto, mais complicado para a mulher advogada ascender dentro desses segmentos. A mulher sofre muito mais assédio, até pela vulnerabilidade", frisou a entrevistada, que foi a segunda mulher a presidir o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e a primeira a ter dois mandatos consecutivos.
Futuro
“Espero que a gente tenha dias melhores. A esperança é a última que morre. E eu sou uma pessoa com muita esperança de que a gente tem condições de ter um Brasil melhor”, concluiu.
Foto: Guilherme Metello
25 de novembro de 2022
Departamento Institucional de Comunicação (DECOM)