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“A obesidade ainda não é vista por muitos profissionais de saúde como doença”, afirma palestrante ao debater sobre obesidade e a Justiça

A 7ª reunião do Fórum Permanente de Saúde Pública e Acesso à Justiça da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) tratou do tema “A Obesidade na Balança da Justiça”. O encontro ocorreu neste dia 10, por meio das plataformas Zoom e YouTube, e contou com tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A juíza de Direito e presidente do Fórum Permanente, Renata de Lima Machado, mestra em Saúde e Direitos Humanos pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ), disse na abertura do webinar: “A obesidade é um fenômeno que atinge demais a saúde pública. É algo que promove tantos prejuízos à saúde do indivíduo, como diabete e doenças cardiológicas, sem contar as questões psicológicas graves, pois numa sociedade como a nossa, tão baseada na beleza e na imagem, a pessoa que sofre com a obesidade enfrenta muitos estigmas e situações difíceis no transcurso da sua vida”.

Obesidade

“A obesidade é uma doença crônica de causas multifatoriais, sejam culturais, genéticas, sociais ou psíquicas. Ela exige um atendimento especializado multiprofissional. Essa condição é um fator de risco para outras comorbidades, como: hipertensão arterial, esteatose hepática, apneia do sono e doenças articulares degenerativas”, explicou a assistente social do Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam) Ana Paula Ribeiro Ferreira, mestra em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGE/UFES).

Estigma da obesidade

“Segundo a OMS [Organização Mundial da Saúde], de 1975 até 2016, a prevalência mundial de obesidade quase triplicou, mais de 2,3 bilhões de pessoas no mundo têm sobrepeso ou obesidade, destes, mais de 650 milhões são obesos”, pontuou a psicóloga Nathalia Matoso de Vasconcelos, mestra pela ENSP/FIOCRUZ e fundadora da Sociedade Brasileira de Transtornos Alimentares.

A psicóloga Nathalia de Vasconcelos falou sobre obesidade como um problema social: “Na última pesquisa do Ministério da Saúde do Brasil, em 2020, foi revelado que 57,5% da população têm excesso de peso e 21,5% têm obesidade. Então, não é possível culpabilizar sujeitos por suas escolhas, pesos e seus números individuais. Há um encontro de questões entre o modo de vida, como: o horário que saímos para trabalhar e retornamos para casa, os modos de ir e vir, o tempo para alimentação, o tempo de sono, o tempo para atividade física e acesso à alimentação, isso tudo está posto no modo de vida da população brasileira”.

“No início da pandemia, vimos imagens circulando na internet que promoviam estigmas. O estigma contribui para o ganho de peso. Em 1975, Jean Trèmolières, o pai da nutrição, disse: ‘As sociedades contemporâneas criam obesos, mas não os suportam’”, revelou a psicóloga.

A juíza Renata Machado complementou: “A própria sociedade, tão adoentada como é a nossa, ao trazer tantos estigmas vai provocando uma depressão naquelas pessoas que já trazem a questão da obesidade e acaba por tornar ainda maior o ganho de peso, pois o alimento se torna mais um recurso para satisfazer aquela dor interna que a pessoa eventualmente tenha”.

A assistente social Ana Paula Ferreira também concordou com a afirmação e relatou: "Percebemos que esse estigma se reflete no mau atendimento do usuário que possui a doença de obesidade, vemos que ainda há um preconceito com a pessoa que tem obesidade, como se a culpa fosse dela”.

Acesso à cirurgia bariátrica pelo SUS

“A obesidade ainda não é vista por muitos profissionais de saúde como doença. Aquilo que não se reconhece, não se previne. Então, quando os pacientes chegam até nós [do Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes] eles chegam numa condição muito crítica, com diversas comorbidades. Se as pessoas tivessem um acesso mais humanizado, com responsabilidade e sem estigma e preconceito, com certeza elas chegariam mais preparadas para o nosso Programa de Cirurgia Bariátrica”, ressaltou Ana Paula Ferreira.

O Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hucam é um centro de saúde especializado em casos de sobrepeso e obesidade do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é acompanhar o paciente de forma multidisciplinar para indicar a realização de cirurgia para tratamento da obesidade.

Para conhecer mais sobre o programa acesse: https://bariatricahucam.ufes.br/quem-somos

O médico Gustavo Peixoto Soares Miguel, doutor em Cirurgia e Experimentação pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e coordenador do Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hucam, afirma que o perfil de consumo dos pacientes do SUS é diferente dos operados pela rede privada: “Os nossos pacientes são diferentes, pois o consumo de frutas e verduras aumenta muito a renda. O consumo de refrigerante diet é quase que inexistente na menor categoria de renda, com isso a qualidade de alimentação dos nossos pacientes é muito precária”.

Demais participantes

Os juízes Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, doutor e mestre em Processo Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e Maria Cristina Barros Gutiérrez Slaibi, doutora em Ciências Jurídico-Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino (UMSA), também participaram do encontro.

Transmissão

Os eventos da EMERJ ficam salvos no canal do YouTube EMERJ para serem acessados após a transmissão. Para assistir ao encontro na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/user/EMERJeventos/live

 

Foto: Jenifer Santos

10 de maio de 2022

Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)