Nesta sexta-feira (6), a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) realizou o evento “Roda de conversa – Caminhos da Magistratura: os desafios da preparação para a prova da magistratura” com o juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e os juízes aprovados no último Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do Estado do Rio de Janeiro, Daiane Ebrts, Iago Saude Izoton, Júlia Linhares Costa e Gustavo Cordeiro Lomba de Araújo.
O encontro aconteceu presencialmente no Salão dos Magistrados da Biblioteca do TJERJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira (Rua Dom Manuel, 37, Lâmina III – Térreo). O evento teve a presença de alunos e ex-alunos do Curso de Especialização em Direito Público e Privado da EMERJ e do Curso Preparatório para Ingresso na EMERJ (PREMERJ), além do público externo.
A reunião abordou toda a jornada vivida pelos magistrados na preparação para a carreira, junto da importância da EMERJ em todo o percurso, promovendo estímulo e incentivo por meio de uma troca de experiências com os alunos que enfrentarão essa etapa.
“Aqui é um lugar para todos, mas também é importante que cada um conheça a si mesmo e construa seu próprio caminho. Eu fiz dois concursos e me lembro que o primeiro foi tenso, já no segundo, eu consegui lidar melhor com a situação. Hoje, a experiência me mostrou o quão importante é o nosso controle emocional para o aproveitamento do conhecimento, e a prova oral é um exemplo disso. Passa quem tem a capacidade de se manter calmo e utilizar tudo o que aprendeu. Portanto, acredito que parte da construção da aprovação não se baseia apenas em aspectos acadêmicos”, destacou o juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes.
O desembargador Alexandre Freitas Câmara, presidente do Núcleo de Cooperação Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (NUCOOP/TJRJ), coordenador do NUPEPRO, membro do Fórum Permanente de Processo Civil e doutor em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), pontuou: “Vocês têm que se conhecer, entender suas limitações — porque todos nós temos limitações — e saber como trabalhar essas limitações. Identifiquem as matérias em que são melhores e aquelas em que têm mais dificuldade. Dediquem mais atenção às matérias nas quais são mais fracos, pois não adianta gostar de uma matéria e estudar apenas ela. Você pode tirar 10 nessa e zero em outra. Persistam e saibam que a hora vai chegar. Pode ser em outro estado, às vezes, a aprovação não ocorrerá no lugar dos seus sonhos, mas, se for em outro lugar, transformem-no para que ele se torne o lugar dos seus sonhos e vão à luta. O que não pode é achar que não está ao seu alcance”.
“Quem sai de uma faculdade privada, passa. Quem estuda e trabalha, passa. Quem demora para decidir, passa. Quem tem mais de 30 ou 40 anos, também passa. A decisão é o aspecto mais importante. Vocês possuem uma vantagem que outros estudantes do Brasil não têm: a EMERJ. Ou seja, vocês já estão muitos passos à frente. Tenham isso em mente”, reforçou a juíza Daiane Ebrts.
“A grande virtude deste encontro é a oportunidade de nos aproximarmos e de vocês verem que pessoas comuns têm a absoluta condição de passar, sejam elas mais jovens ou mais velhas, as que se esforçaram mais na faculdade ou as que se esforçaram menos. Todo mundo pode. Eu não tive a oportunidade que vocês estão tendo de fazer o que acredito ser o melhor curso preparatório para a magistratura no país, que é a EMERJ. Portanto, saibam que vocês já são qualificados e estão se qualificando no melhor lugar possível. Tenham isso em mente: todo mundo é capaz, e vocês ainda mais.”, salientou o juiz Iago Saude Izoton.
A ex-aluna da EMERJ e juíza Júlia Linhares Costa, declarou: “Logo que me formei, vim para a EMERJ e considero a EMERJ o local onde realmente me graduei, porque toda a minha base é daqui. Aprendi que é uma trajetória de perseverança e de não desistir, pois hoje vejo com clareza que o que distancia a pessoa aprovada daquela que não foi aprovada é que a pessoa que não passou parou no meio do caminho. Então, é possível. Vou dizer algo que gostaria de ter ouvido na época: achamos que a trajetória é linear e, para algumas pessoas, pode ser que seja, mas, para a maioria, não é. Quando chegarem ao momento de passar em uma prova e depois forem para outra pensando 'agora vai', mas forem mal, não se desesperem, porque é assim mesmo, aconteceu comigo”.
O ex-aluno da EMERJ e juiz Gustavo Cordeiro Lomba de Araújo, concluiu: “Cada pessoa tem seu próprio tempo, e não existe uma fórmula mágica de cursinho que indique a maneira certa de estudar. Certamente, há métodos mais eficientes e outros menos, mas eles se adaptam a cada indivíduo. Eu fiz a EMERJ e não fazia provas durante o curso porque não me sentia bem e preparado. Primeiro, construí minha base na EMERJ e senti a diferença. Depois, comecei a realizar as provas. Enquanto estava na EMERJ, havia colegas de turma que já estavam passando na primeira fase da prova para a magistratura, e era óbvio que isso me abalava, pois via pessoas ao meu redor indo para a segunda fase. Mas é importante entender que cada pessoa tem seu tempo. Pode ser que, se eu estivesse me sentido pronto, teria ido bem, mas eu não estava preparado na época, e, no final, deu certo. Não há uma fórmula mágica de estudo. Vocês precisam de autoconhecimento e devem descobrir o que funciona melhor para vocês”.
Na ocasião, também estiveram presentes a diretora do Departamento de Ensino da EMERJ, doutora Bianca Oliveira de Farias, e a diretora da biblioteca, Elaine Costa Soares Silva.
Fotos: Jenifer Santos
06 de setembro de 2024
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)