Nesta segunda-feira (07), a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) realizou a cerimônia de inauguração do retrato da desembargadora Cristina Tereza Gaulia na Galeria de Honra dos Diretores-Gerais da EMERJ.
A celebração aconteceu presencialmente no Atrium do Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura, com transmissão para o público externo via canal oficial da EMERJ no YouTube.
Dispositivo de honra
O diretor-geral da EMERJ, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Mello, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha Palheiro, o 1º vice-presidente do TJRJ, desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa, a presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), juíza Eunice Haddad e a diretora-geral da EMERJ no biênio 2021/2023, desembargadora Cristina Tereza Gaulia integraram o dispositivo de honra da cerimônia.
Cerimônia
O diretor-geral da EMERJ, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, destacou: "Tenho a ventura de acompanhar as pegadas que a desembargadora Cristina Tereza Gaulia deixou aqui na nossa Escola, muitas das quais estamos dando continuidade. A EMERJ é uma escola de governo, e isso diz muito sobre ela. Não se trata apenas de uma instituição de ensino superior; como escola de governo, deve ter o cuidado de cada administrador que aqui chega de deixar sua marca, mas sempre preservando essa sequência de sucesso que começou com o desembargador Cláudio Vianna e que abrange tantos luminares que passaram por nossa Escola. Parabéns, desembargadora Cristina Tereza Gaulia. Não há dúvidas de que essa galeria ficou mais completa, mais bonita e mais competente com a sua presença. Posso testemunhar isso porque acompanhei sua gestão como vice-presidente do Conselho Consultivo e, como seu sucessor, pude observar os procedimentos administrativos que precisavam ser continuados".
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, pontuou: "Estou duplamente satisfeito hoje em retornar à EMERJ, Escola da qual fui diretor-geral, sucedendo o desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa, que fez uma administração brilhante. Tive a honra de sucedê-lo e dar continuidade ao seu trabalho, assim como a desembargadora Cristina Tereza Gaulia deve ter dado continuidade ao trabalho do desembargador André Gustavo, que a antecedeu e é muito orgulhosa, certamente, de passar a EMERJ ao nosso atual diretor-geral, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Mello. É importante dizer isso, pois nada se faz sozinho e tudo é uma continuidade. A desembargadora Cristina Tereza Gaulia deixou uma marca na EMERJ, e seu nome, certamente, não será esquecido ao longo de toda sua trajetória profissional. Fico muito feliz de estar aqui e presidir esta cerimônia. Meus parabéns e felicitações, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, pela excelente gestão que realizou".
"Primeiramente, gostaria de falar sobre minha aderência, muito comprometida ao longo de anos, com a EMERJ. Todos sabem que tenho mais de 35 anos de magistratura e, portanto, uma longa trajetória de pertencimento ao Poder Judiciário. Nesse aspecto, lembrei-me de acontecimentos que marcaram minha caminhada na EMERJ. Aqui, apropriarei-me das palavras da escritora Annie Ernaux, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2022 pelo conjunto de sua obra, mas, principalmente, pelo livro ‘O Acontecimento’. Nele, ela afirma: ‘viver algo, seja o que for, te dá o direito imprescindível de escrevê-lo, dizê-lo e contá-lo’. Então, queridos amigos e amigas, vivi intensamente a EMERJ, não necessariamente como aluna do curso regular, pois, quando ingressei na magistratura, esse curso ainda não existia. No entanto, já me preparava para os concursos e participava de muitas atividades que estavam fora da EMERJ. Na gestão do desembargador Carpena Amorim, já como magistrada, eu e a Heloísa Carpena organizamos um evento nacional que trouxe Lenio Streck, uma presença frequente em diversos eventos e seminários da EMERJ, mas foi por nossa iniciativa que ele veio pela primeira vez à EMERJ. Em segundo lugar, na gestão do desembargador Cavalieri, junto com ele, a desembargadora Ana Maria e o desembargador Joaquim Domingos, iniciamos o curso de preparação dos novos juízes. Lembro-me de que o desembargador Cavalieri ficou espantado quando o convidei para que os colegas assistissem a um filme em minha casa, uma medida completamente inovadora no âmbito da formação de juízes. O filme foi ‘Justice for All’, extremamente moderno, apesar de antigo. Naquela ocasião, o desembargador Cavalieri me perguntou se era possível e eu respondi que, claro, era. São essas pautas culturais que nos permitem aprender a pensar. Por último, lançamos a Revista Direito em Movimento, uma produção contínua ligada a diversos aplicativos de pesquisa. Na época em que me tornei juíza de juizados especiais cíveis, frequentávamos o Fórum Permanente de Coordenadores de Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Brasil, onde muitos diziam: ‘os Tribunais nunca nos conhecerão, porque nos consideram juízes de segunda categoria’. Foi então que pensamos na revista como um cartão postal para apresentar aos desembargadores as sentenças proferidas pelos juízes dos juizados especiais. Eu já tinha uma trajetória na EMERJ quando resolvi me candidatar à diretoria-geral. Minha vida foi, de certa forma, facilitada e me permitiu ser recebida com carinho e tranquilidade pelos colegas, em função da pandemia, já que fiz toda a minha campanha por meio do WhatsApp e telefone. Fui eleita e então pensei: ‘E agora? O que faço?’. Sou essa mulher de perplexidade e questões, não tenho certezas absolutas e estou sempre em busca de outras respostas e caminhos. Nesses momentos de construção, lembro-me de Drummond, que tem um poema chamado ‘Procura da Poesia’, no qual diz: ‘Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero; há calma e frescura na superfície intacta. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los’. Esse trecho da poesia de Drummond tem sido meu GPS em muitos momentos. Dentro dessa perspectiva, busquei a missão da EMERJ, que escrevemos há alguns anos e que diz: ‘Formar e aperfeiçoar magistrados e especializar profissionais que atuam na área do Direito, qualificando-os como agentes transformadores da sociedade’. Ou seja, a função da Escola não é formar juízes e desembargadores que produzam melhores sentenças, mas sim agentes de transformação da sociedade brasileira. Os valores da EMERJ representam um compromisso das administrações da Escola, entre outros, com a modernidade, a inovação e a aprendizagem para transformação, além da abertura para a sociedade e a cultura colaborativa. Esses valores me guiaram desde o primeiro dia após minha eleição", concluiu a desembargadora Cristina Tereza Gaulia.
Desembargadora Cristina Tereza Gaulia
Doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), mestra em Direito pela Universidade Estácio de Sá (Unesa) e especialista em Mediação pela Université du Sherbrooke/Université McGill, de Montreal (Canadá), a desembargadora Cristina Tereza Gaulia atuou como promotora de Justiça do Estado do Rio de Janeiro de 1984 a 1988. Tornou-se magistrada em 1988 e é desembargadora há 18 anos, integrando a 4ª Câmara de Direito Privado.
Na EMERJ, foi diretora-geral no biênio 2021-2022 e, atualmente, é presidente do Fórum Permanente de Estudos Constitucionais, Administrativos e de Políticas Públicas Professor Miguel Lanzellotti Baldez e do Fórum Permanente de Diálogos da Lei com o Inconsciente. Ela também é membra do Fórum Permanente de Pesquisas Acadêmicas – Interlocução do Direito e das Ciências Sociais e do Fórum Permanente de Direito na Lusofonia. Além disso, a desembargadora Cristina Tereza Gaulia também é coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas e Acesso à Justiça (NUPEPAJ) e magistrada supervisora de Internacionalização da Escola.
Ela também coordena o programa Justiça Itinerante, uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), que surgiu como um novo paradigma de realização da prestação jurisdicional, na qual juízes, juntamente a membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, vão ao encontro de cidadãos, especialmente dos mais necessitados. Atualmente, o programa conta com 27 postos em funcionamento regular no Estado do Rio de Janeiro.
Assista
Para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=1FmeLd-zvOY
Fotos: Jenifer Santos e Maicon Souza
07 de outubro de 2024
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)