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EMERJ sedia encontro Adolescência: A Série que Mobilizou o Mundo Inteiro

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Nesta segunda-feira (2), o Fórum Permanente de Direito, Arte e Cultura da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu o encontro Adolescência: A Série que Mobilizou o Mundo Inteiro.

O evento aconteceu presencialmente no Auditório Desembargador Joaquim Antônio de Vizeu Penalva Santos. Houve transmissão via plataforma Zoom, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Abertura

A presidente do Fórum e mestra em Direitos Humanos e Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desembargadora Andréa Maciel Pachá, destacou: "Eu encontrei muitas pessoas, especialmente aquelas que trabalham com Direito da Criança e do Adolescente, que se surpreenderam com a abordagem dessa série ao tratar de determinadas questões. Lembrei-me de um experimento que foi realizado aqui no Tribunal do Júri, o Falas Negras, no qual Cleiton Nascimento, um grande ator, construiu um espetáculo que foi quase uma aula magna para ensinar a nós, brancos, o que é o racismo. E ele fez isso com uma generosidade comovente, realizando um experimento no qual o juiz, os advogados, o réu e as testemunhas eram todos atores — exceto os jurados. Os jurados foram intimados a comparecer ao Tribunal do Júri para participar do julgamento de um homicídio envolvendo um menino de 16 anos. Quem assistia, assistia a um julgamento real, com tempo para todos falarem. Acusava-se um jovem negro de ter matado um rapaz no estacionamento de um shopping. Todas as testemunhas apresentadas pelo jovem afirmavam que ele estava trabalhando no momento do acontecimento. O reconhecimento foi feito por meio de um álbum de suspeitos na delegacia, e ele acabou se tornando réu.”

E finalizou: “A história vai ganhando intensidade até o momento em que entra a mãe do réu para ser ouvida — também uma atriz — e ela se descontrola ao ver o filho tendo que provar sua inocência. Ela é repreendida pelo Ministério Público e pelo juiz. Em seguida, entra a mãe da vítima, e, em um depoimento muito tocante, diz à mãe do réu que ela, pelo menos, ainda pode lamentar o fato de seu filho estar preso, enquanto o dela está morto. Mas o fato é que não havia nenhuma prova de que o menino tivesse cometido o crime, e ele não cometeu. O espectador sabe disso. Mesmo assim, ao final, os jurados votam pela condenação. No momento em que anunciam o veredito, a porta se abre e entra o ator, que revela que tudo aquilo era um experimento, realizado para mostrar como o preconceito se internaliza e como reproduzimos um discurso e uma prática racistas."

Palestrantes

O diretor-geral da EMERJ e mestre em Ciências Penais pela Universidade Candido Mendes (Ucam), desembargador Cláudio Luís Braga dell’Orto, pontuou: "Essa é a 17ª reunião do Fórum Permanente de Direito, Arte e Cultura da EMERJ, que, certamente, é um espaço para discutirmos a conexão entre o cinema, a arte, a cultura de modo geral e o Direito — e as questões que acabam chegando às nossas mesas, sejam elas de madeira ou virtuais, nesse mundo do metaverso. Um mundo em que precisamos solucionar problemas que se apresentam de forma cada vez mais densa e complexa. Muitas vezes, nos deparamos com situações envolvendo coisas das quais pouco sabemos, como o Discord, o 'jogo do tigrinho' e outros exemplos que acabam chegando até nós. Este momento é muito interessante porque nos dá a oportunidade de discutir, debater e expressar algumas angústias."

A promotora de Justiça da Infância e Juventude do Estado do Rio de Janeiro Gabriela dos Santos Lusquiños reforçou: "Eu trago a frase ‘It takes a village to raise a child’, que é um provérbio africano que fala sobre a necessidade de uma aldeia inteira para se criar uma criança. E eu entendo que todos nós aqui fazemos parte dessa aldeia. Todos que se levantaram hoje de manhã e decidiram vir a este lugar o fizeram porque se importam com crianças e adolescentes. Pode ser que você não seja pai nem mãe, mas certamente há um adolescente próximo de você — e hoje, você pode sair daqui com o instrumental necessário para se tornar um adulto de confiança. As nossas crianças precisam de referências. Quando fui para a Vara da Infância aqui na capital, o que mais recebíamos eram casos de roubo, furto e tráfico. Isso refletia a realidade dos adolescentes atendidos e o contexto de vulnerabilidade socioeconômica em que estavam inseridos. Esses casos continuam a chegar, porque não houve nenhuma mudança significativa nessa realidade. O que começamos a perceber foi uma mudança no perfil dos adolescentes que passavam a chegar até nós. Eram adolescentes que estudavam em escolas caras, com famílias teoricamente estruturadas, que moravam em locais privilegiados. Isso nos levou a nos debruçar sobre que mudança era essa, e é justamente isso que a série também aborda, ainda um pouco."

A psicanalista e mestra em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ana Paula Gomes ressaltou: "Essa série impactou a todos nós, e eu gosto especialmente do título. Pelo conteúdo, ela poderia ter diversos nomes, mas Adolescência expressa bem do que se trata. Durante o primeiro episódio, achamos que é uma série de suspense — e eu confesso que, até o final, ela foi de suspense para mim, porque eu não queria acreditar que aquele menino fosse capaz de cometer o crime. Precisei assistir duas vezes para acreditar. Ela já é bastante interessante por conta disso: não se trata apenas do Jamie, o personagem principal, mas também dos outros personagens. Por isso, acho que o título foi muito bem pensado. O plano-sequência nos dá essa sensação de que não há retorno diante daquele ato, e não há uma explicação clara sobre por que aquilo acontece. Tudo vai se desenrolando aos poucos."

O crítico de cinema do Jornal O Globo e editor do website criticos.com.br, Marcelo Janot, concluiu: "Eu tenho dois filhos. O mais velho tem 10 anos e ainda não chegou a essa fase, felizmente. Mas a série me serviu muito, do ponto de vista pessoal, como um alerta para, desde já, começar a prestar atenção. Acredito que o grande sucesso que ela fez — e acho interessante, porque sempre criticamos o streaming por tirar o lugar do cinema — está justamente no fato de que a Netflix e outros canais têm essa possibilidade de democratizar o acesso. Essa série tirou muitas pessoas da sua zona de conforto, e isso foi extremamente importante, porque elas passaram a encarar uma realidade para a qual não tinham prestado atenção de forma suficiente."

Assista

Para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=LkjqvQCiaKk

 

Fotos: Jenifer Santos

2 de junho de 2025

Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)