Pular para conteúdo
EMERJ

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro

ícone da bandeira que traduz para o idioma Espanhol ícone da bandeira que traduz para o idioma Francês ícone da bandeira que traduz para o idioma Inglês ícone da bandeira que traduz para o idioma Português
Facebook da EMERJ Instagram da EMERJ X da EMERJ Youtube da EMERJ Flickr da EMERJ TikTok da EMERJ Spotify da EMERJ logo Threads  LinkedIn da EMERJ
Imagem da Fachada da EMERJ

Magistrados

Magistrados

Eventos

Eventos

Cursos Abertos

Cursos Abertos

Publicações

Publicações

Portal do Aluno

Portal do Aluno

Concursos EMERJ

Concursos EMERJ

EMERJ Virtual

EMERJ Virtual

Núcleos de Pesquisa

Núcleos de Pesquisa

Fale Conosco

Fale Conosco

ES | FR | EN | BR
 
Fale Conosco
Facebook da EMERJ Instagram da EMERJ YouTube da EMERJ Flickr da EMERJ TikTok da EMERJ Spotify da EMERJ logo Threads  LinkedIn da EMERJ

EMERJ sedia a XVIII Jornada Interdisciplinar para o Ensino do Holocausto e Direitos Humanos: A lição que a humanidade não aprendeu, com presença do ilustre consul-geral da Alemanha

Ícone que representa audiodescrição

A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) sediou, nesta quarta-feira (20/08), a XVIII Jornada Interdisciplinar para o Ensino do Holocausto e Direitos Humanos: A lição que a humanidade não aprendeu, promovida pela B'nai B'rith Rio de Janeiro, em parceria com o governo do Estado do Rio de Janeiro e o Instituto Memorial do Holocausto do Rio de Janeiro.

O evento foi realizado presencialmente no Auditório Desembargador Antônio Carlos Amorim.

Abertura

Ao dar início ao evento, o ilustre consul-geral da Alemanha, Jan Freigang, destacou: “É uma grande honra ser convidado a participar desta mesa de abertura, dedicada à educação sobre o Holocausto e aos Direitos Humanos. Como representante da Alemanha, este é um momento de reflexão e de responsabilidade, porque o holocausto foi o período mais sombrio da história do meu país, no qual milhões de vidas foram destruídas pelo ódio, pelo racismo e pela negação da humanidade do outro. Hoje dizemos ‘nunca mais’, e isso significa que lembrar as vítimas não é apenas olhar para trás, mas nos comprometer com o presente e com o futuro. Nesse compromisso, a educação tem um papel fundamental: é através dela que transmitimos às novas gerações a consciência da dignidade humana, a importância da empatia e o valor de cada vida. Quando falamos do holocausto nas escolas, universidades e comunidades, não falamos apenas de história, mas das escolhas que todos nós precisamos fazer todos os dias. Sei que no Brasil, assim como na Alemanha, há professores, pesquisadores, jovens e lideranças da sociedade civil profundamente engajados nesse trabalho. Essa dedicação me

enche de esperança, porque mostra que a memória pode se transformar em ação. Podem contar com o compromisso inabalável da Alemanha na luta contra o antissemitismo, o racismo e a intolerância, assim como na defesa dos direitos humanos em todo o mundo. Não nos deixemos enganar por posições simplistas e polarizadoras. Por isso, o diálogo é tão importante e ele deve ser sempre o caminho. Mas esse diálogo exige coragem: precisa ser ensinado, aprendido e praticado. Esta jornada é, portanto, muito importante, e conta com o apoio do Consulado da Alemanha.”

Em seguida, o diretor-geral da EMERJ, desembargador Cláudio Luís Braga dell'Orto, explanou: “É uma enorme honra recebermos aqui a XVIII Jornada Interdisciplinar para o Ensino do Holocausto e Direitos Humanos. Um evento como este, que se coloca como referência especial à ideia de que o ensino do holocausto e dos direitos humanos é uma lição que a humanidade não aprendeu, está muito na linha daquilo que Hannah Arendt coloca no livro Eichmann em Jerusalém, que trata exatamente da banalização do mal. Quando há essa banalização, em que a maldade ou a desumanização das pessoas nas relações humanas se tornam aceitáveis, produz-se uma maldade burocrática. Como dizia Arendt, causar o mal a outras pessoas pode ser tratado como um projeto ou uma atividade qualquer. Tivemos carrascos em diversas épocas da humanidade realizando condutas que eram perfeitamente adequadas ao modelo normativo vigente em determinados Estados. Portanto, a banalização do mal é exatamente aquilo contra o qual precisamos nos insurgir. Não há ser humano que mereça sofrer, não há pessoa que mereça padecer apenas por conviver neste planeta. Se a humanidade é única e se todos nós somos irmãos, compartilhando as mesmas expectativas de uma vida tranquila, serena e próspera, isso deve ser respeitado para todos. Assim, o respeito aos direitos humanos é, em essência, a humanização do Direito. É fazer com que o Direito seja, de fato, algo que garanta a todos a plena possibilidade de desenvolvimento integral. Por isso, fico muito feliz com a oportunidade de participar desta mesa de abertura, trazendo a reflexão de que ainda há lições fundamentais que a humanidade não aprendeu.”

Durante a abertura da jornada, a desembargadora Denise Levy Tredler reforçou a importância da B’nai B’rit: A B’nai B’rith que foi criada para proteger, acolher e auxiliar viúvas e órfãos de guerra e está no Brasil há mais de 90 anos. Inclusive, temos um livro que mostra o legado e traz compilações de todo o trabalho da B’nai B’rith no país. A sede fica em São Paulo, mas temos a B’nai B’rith Rio de Janeiro. B’nai B’rith significa ‘filhos da aliança’, da aliança com o eterno. Ela não tem qualquer subsídio governamental, é uma instituição cultural e beneficente, e promove esse evento a cada ano. Estamos no 18º ano. A educação é o que podemos fazer de melhor para combater a ignorância e o preconceito.”

Posteriormente, Israel Christof, presidente da B’nai B’rith, enfatizou: “Quero agradecer à EMERJ e ao desembargador Cláudio dell’Orto por sempre acolherem a Jornada Interdisciplinar para o Ensino do Holocausto e Direitos Humanos, que chega agora à sua 18ª edição. Essa continuidade demonstra maturidade e o constante apoio da EMERJ. Registro também o meu agradecimento à nossa mentora e consultora, Sofia Débora Levy, e à desembargadora Denise Tredler. Somos todos irmãos em humanidade. A B’nai B’rith é a entidade judaica mais antiga do mundo em atividade, desde 1843, e, aqui no Brasil, está presente há 94 anos.”

O vereador Flávio Valle, declarou: “Essa jornada é para o ensino, porque a educação é a ferramenta. A educação é a melhor solução para acabarmos com o antissemitismo e com qualquer tipo de preconceito do ponto de vista religioso. Nós temos a importância

de alinhar a educação às práticas de direitos humanos, e é o que temos feito. Temos legislação aprovada que dispõe sobre o ensino do holocausto nas escolas públicas e temos um equipamento muito simbólico para a cidade, do ponto de vista cultural e educacional, que é o Memorial do Holocausto. Tenho conversado com o secretário Renan Ferreirinha para aumentarmos as visitas das escolas públicas a esses ambientes, porque é uma forma de mostrarmos o que a comunidade judaica sofreu no passado, para não repetirmos no futuro.”

A superintendente de Avaliação e Acompanhamento do Desempenho Escolar da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Rosana Mendes , representando a secretária Roberta Barreto, ressaltou: “Filhos de sobreviventes também são sobreviventes, porque as mazelas do que se viveu no passado estão no dia a dia de cada familiar e vão passando para os netos e, provavelmente, para os bisnetos. São gerações que jamais vão esquecer.”

A psicóloga e professora Sofia Débora Levy, finalizou: “Queria agradecer à desembargadora Denise Tredler por todo empenho e dedicação ao organizar a XVIII Jornada Interdisciplinar para o Ensino do Holocausto e Direitos Humanos, na qual tenho a honra de poder contribuir.”

Sobrevivente do holocausto

Durante o primeiro dia do XVIII Jornada Interdisciplinar para o Ensino do Holocausto, o sobrevivente Sr. Jorge Tredler contou sua história de vida e acrescentou: “Faço palestras porque quero que o povo saiba que a guerra existiu e o sofrimento existiu. Hoje eu sou um homem alegre e sorridente, mas já chorei muito. A minha história é de otimismo, esperança e força de vontade, é uma história que deixo para gerações futuras para que saibam que existem lugares, basta acreditar. A liberdade é uma das coisas mais preciosas que a humanidade pode ter, quando a pessoa pode dizer o que pensa sem medo de represálias, caminhar nas ruas sem ter que baixar os olhos ou descer da calçada para dar passagem a seres que se acham superiores e poder usar esse direito de ir e vir. Hoje me considero um homem realizado.”

E finalizou: “Holocausto nunca mais”.

Palestras

A desembargadora Denise Levy Tredler, pontou: “Ensinar sobre o holocausto é ensinar sobre a nossa própria natureza, sobre o que o ódio e o preconceito são capazes de fazer e sobre que tipo de pessoas queremos ser: corajosos que estimulam outros a também o serem, utilizando o caminho mais difícil, de combate aos preconceitos e aos discursos de ódio, ou o mais fácil, da omissão. Isso vale também para nossas áreas mais carentes aqui, onde assistimos a violência sendo praticada contra a população. Nós não podemos nos omitir, o povo que está submetido à violência dos traficantes precisa colocar a boca no mundo e exigir do governo que mude essa situação.“

O cineasta Alex Levy esclareceu sobre o seu trabalho de pesquisa para a realização de um filme sobre Hebert Cukurs: “Acho que a maior importância desse tema que eu quero abordar no filme e é essa questão da dúvida. O fato de ele (Hebert Cukurs) não ter sido julgado acabou indo contra aquilo que a gente acredita e dando margem ao negacionismo.”

Fotos: Jenifer Santos

20 de agosto de 2025

Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)

Inclusão do Vlibras