O Fórum Permanente de Diálogos do Judiciário com a Imprensa da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro realizou nesta quarta-feira (12/11), o evento I.A., Justiça, Imprensa e Busca da Verdade: Desafios, Ética e Impactos.
O evento aconteceu no Auditório Desembargador Joaquim Antônio Vizeu Penalva Santos, com transmissão pela plataforma Zoom e tradução simultânea para Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Abertura
O encontro foi aberto pelo presidente do fórum, conferencista emérito da Escola Superior de Guerra e mestre em Direito Constitucional pena Universidade Estácio de Sá (UNESA), desembargador Fernando Foch, declarou: “Nós hoje vamos falar de inteligência artificial, justiça, imprensa e busca da verdade, desafios, ética e impacto. A busca da verdade é mais um ponto de contato entre atividade judicante e a imprensa, a mídia, nós buscamos a verdade e a mídia também busca a verdade, já é uma coisa delicada porque a verdade é muito relativa.
E completou: “A busca da verdade é o que nos norteia, tanto a imprensa, eu digo a imprensa profissional e séria.”
Palestrante
Ao dar início a sua palestra, o diretor-geral da EMERJ e mestre em Ciências Penais pela Universidade Candido Mendes (UCAM), desembargador Cláudio Luís Braga dell’Orto, que frisou: “A linguagem é que permitiu ao sapiens acumular ao longo da sua existência todo esse cabedal de conhecimento de cultura que nos traz ao ponto que estamos hoje. “
E em seguida, completou: “A grande revolução. que está acontecendo nesse momento, quando falamos na revolução 4.0, ou no mundo digital é que a evolução do conhecimento humano permitiu hoje uma intermediação entre o nosso cérebro e a realidade que é feita por aparelhos, máquinas que tem a capacidade de processar informações e processando informações nos devolvem algo já devidamente analisado ou para que nós façamos nossa análise, mas algo que já está devidamente transformado em um conjunto numéricos de zero e uns através de um programa qualquer que nos faz chegar as base de dados.”
Ao fim, o diretor-geral da EMERJ concluiu: ”A rede mundial de computadores foi sem dúvida alguma a possibilidade de nós entregarmos os nossos dados e partilharmos isso em uma rede dinâmica que funciona exatamente nesse processo. Esta interoperabilidade das máquinas com essa profusão de dados que nós entregamos gratuitamente nos instagram, no facebook, no whatsaap é ótimo de graça, mas não tem almoço grátis. Nada é de graça, o que eles querem são os dados, os que as máquinas vão buscar são os dados e ai nós vamos perfilar as pessoas.”
Na sequência, a jornalista, sociólogo, radialista, professor nos cursos de pós-graduação na Faculdade Cásper Líbero e mestre em comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo, Cido Coelho, enfatizou: “A sentença é que a IA vai transformar a comunicação, vai transformar as noticias e já ta transformando o jornalismo e claro outros setores também. Muito do que eu vou trazer nesta palestra vai ter um paralelo com vários setores, vários setores têm essa mesma dor, uma dor semelhante nesse sentido, afinal, a comunicação não é só a exclusividade do jornalismo, todo mundo se comunica, todo mundo se fala em algum grau e em alguma habilidade técnica para isso. Logo a chegada da Inteligência artificial generativa muda esse cenário, vai mudar o fluxo de trabalho, o processo de pesquisa, mas apesar desse processo disruptivo o essencial do jornalismo não mudou. O essencial do comunicador não mudou, porque o jornalista ainda tem que sentir o cenário , tem que apurar, tem que falar com outras pessoas, tem que traduzir o cenário do mundo para o momento em que acontece os fatos e as informações levando o que é importante para pessoas, levando o que é importante, levando essa informação para as pessoas para as pessoas para que elas possam de autogovernar , porque esse é o papel do jornalismo também levar essas informações isentas trazendo todos os lados do fato possíveis para que a pessoa tenha interpretação. O jornalista não é aquela pessoa que vai estimular, não é um Cheleasder para puxar para um lado ou para o outro. Ele vai levar a informação e a pessoa que recebe vai ter essa interpretação de acordo com o seu grau de vivencia e de visão do mundo. “
Debatedores
A vice-presidente do fórum, professora convidada da EMERJ e doutora em Direitos Humanos pelo Instituto IUS Gentium de Coimbra, juíza Flávia de Almeida Viveiros de Castro, ressaltou: ”Foi criado o Comitê Nacional de Inteligência Artificial do Judiciário , que vai fiscalizar e orientar o uso dos IAS dos Tribunais. Nós temos, talvez de forma distinta do jornalismo e da imprensa, hoje nós já temos um comitê fiscalizatório e regulatório do uso da IA, logico esta engatinhando , a resolução é de 2025, mas já foi criado, o que é um bom passo porque a necessidade de checagem.”
O jornalista e professor convidado da pós-graduação em jornalismo na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em comunicação social pela Pontifica Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio): “A inteligência artificia está transformando a comunicação e por consequência o jornalismo, sem dúvida. O palestrante diz que o jornalismo vai sobreviver, eu tenho dúvidas, sou cético.”

Fotos: Mariana Bianco
12 de novembro de 2025
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)