Nesta quarta-feira (22), a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu o encontro “Psicanálise e autoconhecimento para a ética no Poder Judiciário: o reconhecimento do outro e suas vulnerabilidades”. A reunião foi realizada pelo Fórum Permanente dos Direitos das Pessoas com Deficiência, pelo Fórum Permanente de Diálogos da Lei com o Inconsciente e pelo Fórum Permanente de Saúde Pública e Acesso à Justiça.
O evento aconteceu presencialmente no Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura. Houve transmissão via plataforma Zoom, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Abertura
A presidente do Fórum Permanente de Diálogos da Lei com o Inconsciente, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), destacou em sua fala de abertura do encontro: “Hoje vamos fazer trocas de aprendizagens e de ‘ensinagem’ e, dessa forma, vamos poder compreender melhor o papel dos nossos desejos mais profundos nem sempre conscientes, que influenciam nossa vivência, comportamento, julgamentos e decisões. Para além disso, em que medida os preconceitos se enraízam? Precisamos pensar e falar sobre isso”.
“Tenho certeza de que esse evento será extremamente rico diante da interlocução entre várias ciências, na busca, acima de tudo, da humanização do Direito e dos juízes. É isso que pretendemos aqui”, reforçou a presidente do Fórum Permanente de Saúde Pública e Acesso à Justiça, juíza Renata de Lima Machado, mestra em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz).
A vice-presidente do Fórum Permanente dos Direitos das Pessoas com Deficiência, juíza Keyla Blank de Cnop, também esteve presente durante a mesa de abertura.
Palestrantes
O promotor de justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) Rodrigo Octavio de Arvellos Espinola, mestre em Psicanálise e Saúde pela (UVA), frisou: “Diferente da formação do psicanalista, que inclui a parte técnica e a análise pessoa, a formação do juiz e do promotor é técnica. E como fica a parte pessoal? E a cabeça do juiz, com certas decisões que depois vai para casa pensando? Tem sido proveitoso para todos aqueles que eu conheço que têm se aproximado da psicanálise”.
“É muito interessante e positivo que nós sejamos convidados a aprender comportamentos novos e inclusivos. Isso é uma coisa que nos desloca do ponto em que estamos instalados, de achar que as coisas são dadas do mesmo jeito para todo mundo”, pontuou o psicólogo Fernando Ribeiro Tenório, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutor em Teoria Psicanalítica pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A médica psiquiatra Gilse Siqueira Prates, especialista em Neuropsiquiatria Geriátrica pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ, salientou: “Hoje eu trouxe uma proposta do 'mindfulness', como uma ferramenta para os magistrados poderem encontrar esse lugar de atenção plena e escuta ativa de qualidade. Fazendo adendo, no Parlamento da Inglaterra, o 'mindfulness' já foi instituído para os parlamentares e isso trouxe para eles uma qualidade melhor no dia a dia. Existe uma proposta para levar isso para a saúde pública, dada a qualidade que traz na capacidade da pessoa de não só estar atenta, como na qualidade de vida”.
Demais participantes
A vice-presidente do Fórum de Saúde Pública e Acesso à Justiça, juíza Katylene Collyer Pires de Figueiredo, mestra em Saúde Pública pela (ENSP/Fiocruz); a membra do Fórum Permanente dos Direitos das Pessoas com Deficiência Deborah Maria Prates Barbosa, presidente da Comissão da Diversidade do Instituto dos Advogados do Brasileiros (IAB), escritora e graduada em Psicanálise pela Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Psicanálise (ABEPP); a advogada Joyceane Bezerra de Menezes, professora titular do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Universidade de Fortaleza (PPGD/Unifor) e pós-doutora pela Universidade Mediterrânea Regio Callabria e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); e a psicóloga Luanna Debs, integrante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região (CRP09) e especialista em Relacionamentos Abusivos, também estiveram presentes na mesa da reunião.
Assista
Para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=uiwXEn0hNhQ
Fotos: Jenifer Santos
22 de novembro de 2023
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)