Nesta sexta-feira (14), o Fórum Permanente de Diálogos da Lei com o Inconsciente realizou o encontro “Emoções Inconscientes e o Ato de Julgar – Psicanalista versus Paciente, Juiz versus Sujeitos do Processo”.
A reunião, organizada em conjunto com o Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas e Acesso à Justiça (NUPEPAJ) do Observatório de Pesquisas Bryant Garth da EMERJ, aconteceu presencialmente no Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura. Houve transmissão via plataforma Zoom e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Abertura
A presidente do Fórum, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), destacou em sua fala de abertura da reunião: “A magistratura precisa encetar um comportamento de maior sustentabilidade. Se quisermos não perecer como profissionais e ser substituídos pela inteligência artificial ou por avatares que vão trabalhar segundo algoritmos, e se ainda quisermos mostrar à sociedade civil que somos importantes, precisamos efetivamente nos tornar outros magistrados. A vida mudou, o Judiciário tem que mudar junto, e os magistrados precisam acompanhar essa mudança”.
“O tema que foi escolhido para esse nosso encontro de hoje é um assunto que é muito caro e complexo na psicanálise, e ele é praticamente inexplorado no Direito, que é o tema da transferência e da contratransferência”, pontuou o desembargador Humberto Dalla Bernardina de Pinho.
Palestras
O advogado Rodrigo da Cunha Pereira, doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), frisou: “Temos que continuar pensando sobre a importância da psicanálise no Direito e como isso interfere na nossa vida, e como podemos dar um passo adiante na compreensão disso para exercer melhor a nossa profissão. Isso é um compromisso ético nosso, por isso fiquei tão entusiasmado com o convite para estar aqui hoje”.
“Assim como existe a transferência, tema central de hoje, do paciente na nossa direção, também existe o que ele mesmo designou de contratransferência, que é a percepção, o sentimento e a reação do terapeuta com o paciente”, reforçou o psicólogo clínico Eduardo Rawicz.
Debates
“Acredito que eu poderia ficar aqui contando inúmeros casos e formas que eu acabei encontrando para solucionar alguns conflitos, que efetivamente, às vezes, eu não adotava o Direito. Eu adotava soluções empíricas e muitas das vezes era até mesmo pura transferência”, salientou o juiz Juarez Costa de Andrade.
A membra do Fórum, advogada Roberta Celli, mestra em Direito pela Universidade Candido Mendes (Ucam), encerrou: “Eu acredito sempre que assistindo filmes e lendo livros, nós também possamos aprender não só um pouco do Direito, mas também os conceitos da psicanálise, que são tão importantes”.
A professora Bárbara Gomes Lupetti, doutora em Direito pela Universidade Gama Filho (UGF), também compôs a mesa de debate.
Assista
Para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=IRIgEAQOSWw
Fotos: Jenifer Santos
14 de junho de 2024
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)