Na noite desta terça-feira (10), a Escola da Magistratura do estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu a quinta edição do Prêmio EMERJ Direitos Humanos. A cerimônia aconteceu presencialmente na data em que é celebrado o Dia Nacional dos Direitos Humanos, no Plenário do Auditório Histórico do I Tribunal do Júri do Museu da Justiça, com transmissão via plataforma Zoom e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A solenidade foi conduzida pelo chefe de gabinete, Francisco Budal. A secretária-geral da EMERJ, Gabriela da Silva Rafael Carneiro, abrilhantou a noite com sua apresentação musical. O evento também contou com um espetáculo de dança de bailarinas do projeto “Na ponta dos pés”.
Abertura
O diretor-geral da EMERJ e professor do Programa de pós-Graduação da Universidade Estácio de Sá (Unesa), desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, doutor em Direito pela Unesa, pontuou: “A escolha dos agraciados de hoje é resultado da identificação, pelo conselho consultivo da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, presidido por mim e com a vice-presidência do desembargador Claudio Dell’Orto, das personalidades que podem nos inspirar, nos retirar do lugar de conforto e trazer dias melhores para essa população tão sofrida, nesse pais tão injusto e desigual que temos. “
E prosseguiu: ”Esta celebração não marca apenas uma data importante do calendário, mas nos convida a refletir sobre os valores fundamentais que sustentam nossa sociedade, os direitos humanos. O dia 10 de dezembro, estabelecido pela ONU como o dia internacional dos direitos humanos, nos lembra da importância da dignidade, liberdade e justiça para todos, sem exceção. Neste ano, a ONU traz como tema ‘Nossos direitos, nosso futuro agora’. Esse lema ressoa profundamente pois enfrentamos desafios globais que exigem nossa atenção imediata, é um chamado para que todos nós, coletivamente, nos comprometamos a garantir que os direitos humanos não sejam apenas reconhecidos, mas plenamente realizados para todas as pessoas, em todas as partes do mundo.
O desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo finalizou: “Este prêmio é uma homenagem a dez personalidades do Brasil que se destacaram em 2024 por suas contribuições significativas à promoção e defesa dos direitos humanos no país. Essas pessoas representam a esperança e a luta incessante por um mundo mais justo e igualitário e é fundamental o reconhecimento de sua atuação. Nesse momento, convido todos a refletir sobre os desafios que enfrentamos em nossa sociedade, pois a luta pelos direitos humanos é continua e exige a participação ativa de cada um de nós. Que possamos nos inspirar nas histórias e trajetórias que ouviremos hoje e que suas ações sirvam de exemplo e norte para que juntos possamos construir um futuro melhor, com todas as pessoas tendo suas vozes e direitos ouvidos e respeitados.“
Homenageados
O primeiro homenageado foi o diretor teatral e fundador do Grupo Teatral “Tá na Rua”, Amir Haddad. O desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo entregou o troféu.
Amir Haddad afirmou: ”Já recebi muitas honrarias ao longo da minha vida, todas elas engrandecedoras, todas me ajudaram a formar minha personalidade e a organizar o meu sentimento de responsabilidade com o mundo e a sociedade em que vivo.” E finalizou: “Eu quero agradecer essa homenagem, estou encantado.”
A segunda homenageada foi a cantora, presidente de honra da GRES Portela e madrinha do “Projeto Portela Responsabilidade Social”, Tia Surica, que não pode comparecer à premiação.
Na sequência, a agraciada foi a servidora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), artista plástica e presidente da Associação “Fome de Arte”, Bia Miranda. O prêmio foi entregue pela desembargadora Adriana Ramos de Mello, presidente do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da coordenadora do NUPEGRE e da COEM.
Bia Miranda destacou: “Aprendi que não existe dor maior ou menor, todas são importantes. A dor dele é a mesma dor minha. Todos os que estão aqui são muito importantes para a sociedade. Porque a gente abarca onde o Estado não consegue a chegar.”
Em seguida, foi homenageada com o prêmio a coordenadora do Programa Flor de Lótus”, juíza Elen de Freitas Barbosa, que recebeu o troféu das mãos da desembargadora Adriana Ramos de Mello.
A juíza Elen de Freitas Barbosa, pontuou: “A magistratura não era meu foco e hoje usamos os atributos do cargo para mudar a vida das pessoas. E inspirada pela desembargadora Adriana, trabalhamos todos os dias para que meninas e mulheres, em todas as suas diversidades, possam fazer o que quiser, livres de qualquer tipo de violência.“
O Frei Franciscano e fundador do “Educafro”, Frei David, foi o quinto agraciado da solenidade. O desembargador Luís Cláudio Braga Dell’Orto, diretor-geral da EMERJ eleito para o biênio 2025-2026, foi o responsável pela entrega do troféu ao religioso.
Frei David frisou: “A OEA aprovou em 2013 a convenção interamericana contra todas as formas de discriminação racial, mas só agora o Brasil a ratificou.”
A sexta agraciada foi a assistente social e fundadora da ONG “Criola”, Lúcia Xavier, com a entrega do prêmio pelo desembargador Wagner Cinelli, presidente do Fórum Permanente de Pesquisas Acadêmicas – Interlocução do Direito e das Ciências Sociais da EMERJ.
A assistente social Lúcia Xavier discursou: “Como eu, muitas das mulheres ainda vivem essa escravidão, sofrimento e uma luta constante para poder ter liberdade de viver sua vida.”
Em seguida, a consultora em Gestão Socioambiental e idealizadora da Campanha “Consumo Consciente - Gestão mais Racional”, Ketlin Feitosa, foi a sétima homenageada da premiação, recebendo o troféu do desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo.
Ketlin Feitosa declarou: “Gratidão é a palavra que tem regido a minha vida todos os dias e esse espaço de fala para mim é engrandecedor, porque eu estou ao lado de colegas que tanto fazem pelo ser humano. Gratidão pelo reconhecimento por mais de 27 anos de trabalho dedicados a implementação da sustentabilidade do poder.”
O sacerdote católico e colaborador do Projeto "Morar Primeiro”, padre Júlio Lancellotti, foi o oitavo a receber a outorga do prêmio, pelas mãos do desembargador Wagner Cineli.
Na sequência, o jornalista, ativista e fundador do Jornal “Voz das Comunidades”, Rene Silva, foi agraciado. A entrega do troféu foi realizada pelo desembargador Claudio Luis Dell’Orto.
Rene Silva salientou: “Essa conquista não é uma conquista individual, é uma conquista coletiva. Esse prêmio simboliza a nossa luta por direitos, dignidade e igualdade para todos. Reforça, ainda, a importância de uma sociedade em que nenhuma voz seja silenciada e que todos tenham a oportunidade de viver com respeito, liberdade e acesso às condições básicas para uma vida digna.“
A décima e última premiada da solenidade foi a bailarina, fundadora do Projeto “Na Ponta dos Pés”, Tuany Nascimento, com o prêmio entregue pelo desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo.
Tuany Nascimento afirmou sobre o seu projeto: “Esse projeto é o que ele é hoje graças a muitas mãos femininas. O projeto representa muitas pessoas. Esse prêmio é por essas meninas que me fazem levantar todos os dias para ensinar o pouco do que eu sei e talvez deixar uma trajetória menos dolorida do que a minha.“
Prêmio EMERJ Direitos Humanos
A comenda foi criada em 2020 pela Direção-Geral, e anualmente homenageia 10 personalidades brasileiras de destaque e relevância, que de alguma forma atuaram para a disseminação do conhecimento, da história, na promoção e defesa dos direitos humanos fundamentais, independentemente de raça, gênero, nacionalidade, etnia, religião, idioma, ou qualquer outra condição. O objetivo é promover a cultura da paz e da fraternidade, e sensibilizar a sociedade nacional e internacional sobre a importância essencial do tema.
Dia Internacional dos Direitos Humanos
O Dia Internacional dos Direitos Humanos foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebra-se em 10 de dezembro. A data foi escolhida para homenagear a adoção e proclamação pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a primeira enunciação global dos direitos humanos e uma das primeiras grandes conquistas das novas Nações Unidas. O estabelecimento formal do Dia dos Direitos Humanos ocorreu na 317ª Reunião Plenária da Assembleia Geral, em 1950, quando a Assembleia Geral declarou a resolução 423(V), convidando todos os Estados membros e Organizações e Associações temáticas afins.
Assista para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=mHczmKO8-sI=
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Fotos: Maicon Souza
10 de dezembro de 2024
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)