Nesta quarta-feira (19), o Fórum Permanente de Pós-Humanismo e Defesa dos Animais Cláudio Cavalcanti promoveu o evento Lançamento da Obra: Pós-Humanismo – A Teoria que Conecta Todas as Formas de Vida.
O evento aconteceu presencialmente no Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura. Houve transmissão via plataforma Zoom, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Abertura
Ao iniciar o encontro, o diretor-geral da EMERJ e mestre em Ciências Penais pela Universidade Candido Mendes (Ucam), desembargador Cláudio Luís Braga dell’Orto, salientou acerca da necessidade de entendimento da teoria do pós-humanismo e sobre como conectar todas as formas de vida. Na oportunidade, também destacou o projeto de criação da Editora EMERJ: “Estamos construindo para que as publicações da Escola passem a ter a divulgação necessária através de uma editora, que é a Editora EMERJ, que está sob o comando do desembargador Jessé Torres Pereira Júnior.“
Em seguida, o presidente do Conselho Consultivo da Escola de Administração Judiciária (Esaj), desembargador Sergio Seabra Varella, destacou a importância do assunto abordado no evento.
O membro do fórum, professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estácio de Sá (Unesa) e doutor em Direito pela Unesa, desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade, finalizou a abertura do encontro declarando: “É um tema que eu considero da maior importância, um tema ainda pouco estudado no Brasil, mas que tem ganhado cada vez mais espaço na literatura e na academia, com muita razão.”
E finalizou: ”Dentre os objetos do estudo no pós-humanismo, nós temos aqui a questão do conceito de humanidade e suas fronteiras no pós-humanismo. Nós questionamos o conceito de humanidade e quais são as fronteiras da humanidade porque o pós-humanismo desafia a ideia de uma noção existencialista, de uma vida que importe mais do que a outra. Todas as formas de formas de vida importam e estão interconectadas a uma dissolução da fronteira entre o animal humano e os não humanos.”
Palestrantes
A vice-presidente do fórum, professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Unesa, membra da Law and Society Association e doutora em Direito pela Unesa, Lúcia Frota Pestana de Aguiar, deu início às palestras do evento e destacou: “O alerta pós-humano não é exclusivo da questão animal, mas ele não pode abrir mão dos animais, porque se não o meio ambiente ecologicamente equilibrado se desequilibra imediatamente. Então, o novo paradigma questiona e propõe a ética independente e responsável entre humanos, animais e meio ambiente, e os animais passam a ser o elo sublime que conecta todas as formas de vida em uma rede interdependente. O pós-humanismo reconhece essa essência animal e a complexidade das relações ecológicas.”
E concluiu: “O pós-humanismo nos convida a repensar nossa relação com a tecnologia e com o mundo ao nosso redor.”
Posteriormente, o presidente do Fórum Permanente de Gestão Pública Sustentável, especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desembargador aposentado Jessé Torres Pereira Júnior, afirmou: ”Os juízes e o Poder Judiciário têm que se preparar, aqui e em outros países, cada vez com maior atenção e pertinência para enfrentar esses conflitos, que já estão aí e serão cada vez maiores, entre humanismo, antropocentrismo e a ética biocêntrica, ou seja, aquela que pretende envolver tudo que existe no planeta e que seja capaz de produzir felicidade ou infelicidade para todos. Isso vai cair e já está caindo, em certa medida, na mesa dos julgadores.”
O encontro chegou ao fim com a palestra da conferencista emérita da EMERJ, membra da Law and Society Association, doutora em Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), juíza federal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) Fernanda Duarte Lopes Lucas da Silva, que salientou: “Me parece que o Direito, às vezes, é muito pequeno para dar conta disso. Quando a gente pensa, olhando o que chega na mesa do juiz, as categorias tradicionais que a gente aprende e que estruturam o nosso pensar no Direito, a gente vê que às vezes fica muito difícil de conseguir dialogar no Direito. Então, se pensa, por exemplo, na categoria de sujeito que seria o titular de direitos e obrigações. Quando a gente pensa em um animal ou uma árvore, ou numa mata, como a gente fala de sujeito? O que a gente fala de sujeito tem que ter obrigações, mas como a gente coloca as obrigações? E aí, a gente pode pensar a insuficiência dessas categorias que não foram pensadas para uma outra forma de estar do mundo que o pós-humanismo coloca.“
Lançamento de Livro
Durante o evento, ocorreu o lançamento do livro “Pós-Humanismo – A Teoria que Conecta Todas as Formas de Vida”, de autoria da professora Lúcia Frota Pestana de Aguiar.
Assista
Para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=gvhdFXTkXKo
Fotos: Jenifer Santos
20 de março de 2025
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)