Nesta quinta-feira (29), o Fórum Permanente de Sociologia Jurídica promoveu o evento Monteiro Lobato, Bacharelismo e o Povo Brasileiro: Homenagem ao Professor Doutor Aluizio Alves Filho, que aconteceu presencialmente no Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura. Houve transmissão via plataforma Zoom, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Abertura
A conferência de abertura teve como tema Oliveira Vianna e as Instituições Políticas Brasileiras e foi proferida pelo presidente do fórum e doutor em Ciências Políticas (Teoria Política) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), desembargador João Batista Damasceno, que declarou: “Eu fui apresentado ao Oliveira Vianna pelo professor Aluizio Alves Filho em 1985, há 40 anos. A obra que ele me recomendou, na época, foi O Caso do Império, em que o autor fez um estudo histórico para explicar as causas da queda do império brasileiro, oferecendo uma análise profunda do processo e dos fatores que contribuíram para o fim do regime monárquico.”
Homenagem ao Professor Doutor Aluizio Alves Filho
Para a homenagem ao professor doutor Aluizio Alves Filho, o encontro recebeu o professor titular aposentado do Instituto de Estudos Estratégicos (INEST/UFF) Eurico de Lima Figueiredo, que ressaltou: “O professor Aluizio era um especialista nos campos mais diversos, ele fez o resgaste de diversos intelectuais, como Oliveira Vianna e Manuel Bomfim.”
Em seguida, o doutor em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ) Ledilson Lopes destacou: “Aluizio me apresentou a autores que sempre foram muito caros à sua formação. Na minha formação acadêmica, eu acabei não desenvolvendo uma pesquisa, uma reflexão intelectual apurada sobre o pensamento social brasileiro a partir dos autores que Aluizio tomava como referência para sua vida, mas esses autores sempre foram vistos por mim como autores que precisam ser resgatados e mantidos vivos, porque são mais do que necessários.”
O consultor da Columbia Global Centers de New York e doutor em Ciência Política pela UFF, Leonardo Petronilha, enfatizou: “Assim como pais não morrem, Aluizio Alves Filho também não morre, sempre terá um pouco de Aluizio no caminhar pela Praça Saens Peña, pelo Centro do Rio, com a bolsa no ombro. Quisera que todo aluno pudesse ter a honra e o privilégio de ter um professor e um amigo como Aluizio Alves Filho.”
Posteriormente, o professor associado IV de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ) e doutor em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) Luiz Eduardo Motta salientou: “O Aluizio vem de uma geração brilhante de professores do IFCS. Era uma geração que não tinha Lattes, mas intervenções brilhantes em sala de aula. Registro com carinho na memória muitas dessas aulas, inclusive as do Aluizio.“
O pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e doutor em História pela UFF Ricardo Augusto dos Santos evidenciou: “Eu acho que, quando comecei essa minha aventura pelo pensamento social e político da Primeira República, eu me preocupava muito ainda com os intelectuais de maneira isolada. Com o Aluizio, eu aprendi a estudar em conjunto.”
A professora adjunta da UFRJ e doutora em Ciência Política pela UFF Monica Esmeralda Bruckmann Maynetto destacou: “Eu faço parte daquelas gerações de pessoas que se formaram sob orientação e em contato permanente com trabalho de docência e o trabalho de pesquisa do professor Aluizio Alves Filho. Eu fui orientanda dele como muitos aqui e eu acho que pude vivenciar aquela inquietação intelectual do Aluizio, sobretudo para reivindicar autores poucos destacados, autores importantes para o pensamento social brasileiro, mas que foram esquecidos por diversas razões, principalmente porque foram críticos aos Estados de poder no Brasil, e ele reivindicou com vigor, força e muita seriedade intelectual.”
Palestra
Após a homenagem, o professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA/ICHF-UFF) e doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP) Marco Antonio Mello realizou a palestra sobre o tema e declarou: ”Eu fui me ocupar de Monteiro Lobato, de um modo sistemático, a respeito de suas referências e sua importância na crítica à República Velha. Monteiro Lobato é um dos críticos à República Velha, e Problema Vital talvez seja um dos textos, um dos artefatos simbólicos mais radicais em termos dessa crítica da República Velha e, com ela, ao bacharelismo.“
Assista
Para assistir na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=R6UiC0Rw9_0
Fotos: Jenifer Santos
29 de maio de 2025
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)