Pular para conteúdo
EMERJ

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro

ícone da bandeira que traduz para o idioma Espanhol ícone da bandeira que traduz para o idioma Francês ícone da bandeira que traduz para o idioma Inglês ícone da bandeira que traduz para o idioma Português
Facebook da EMERJ Instagram da EMERJ Youtube da EMERJ Flickr da EMERJ TikTok da EMERJ Spotify da EMERJ logo Threads  LinkedIn da EMERJ
Imagem da Fachada da EMERJ

Magistrados

Magistrados

Eventos

Eventos

Cursos Abertos

Cursos Abertos

Publicações

Publicações

Portal do Aluno

Portal do Aluno

Concursos EMERJ

Concursos EMERJ

EMERJ Virtual

EMERJ Virtual

Núcleos de Pesquisa

Núcleos de Pesquisa

Fale Conosco

Fale Conosco

ES | FR | EN | BR
 
Fale Conosco
Facebook da EMERJ Instagram da EMERJ YouTube da EMERJ Flickr da EMERJ TikTok da EMERJ Spotify da EMERJ logo Threads  LinkedIn da EMERJ

“Analisando o Percurso da Violência contra a mulher entre 1900 e 2020: Um diálogo entre o Poder Judiciário e a academia” é tema de debate na EMERJ

Ícone que representa audiodescrição

Nesta quarta-feira (4), o Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero e o Fórum Permanente de Pesquisas Acadêmicas- Interlocução do Direito e das Ciências Sociais, ambos da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) realizaram o encontro “Analisando o Percurso da Violência contra a mulher entre 1900 e 2020: Um diálogo entre o Poder Judiciário e a academia”.

O evento aconteceu presencialmente no Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura. Houve transmissão via plataforma Zoom, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Abertura

O presidente do Fórum Permanente de Pesquisas Acadêmicas- Interlocução do Direito e das Ciências Sociais, desembargador Wagner Cinelli de Paula Freitas, destacou: “Realizar eventos conjuntos com os demais Fóruns é de grande importância, e a violência doméstica ganha relevância em razão do momento que vivemos em nossa sociedade. Isso não é algo recente, pois tanto a violência doméstica quanto a violência em geral são questões antigas e históricas, com consequências drásticas. Precisamos falar sobre isso e tratar desse assunto com urgência. O Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, presidido pela desembargadora Adriana Ramos de Mello, desempenha esse papel de forma exemplar. A desembargadora Adriana Ramos de Mello é uma figura nacionalmente reconhecida por sua atuação nesse campo. Além disso, as pesquisas acadêmicas são fundamentais para o avanço no entendimento desse tema.”

A presidente do Fórum Permanente de Saúde Pública e Acesso à Justiça, juíza Renata Lima Machado, pontuou: “O tema do debate de hoje é extremamente importante. Temos muito a compartilhar e trocar sobre essas questões. Sabemos que a violência contra a mulher existe há muito tempo, mas focar no período entre 1900 e 2020 nos permite analisar com mais clareza os acontecimentos recentes, como o aumento dos números de feminicídios. Por que só agora estamos discutindo sobre violência obstétrica? Enfim, são inúmeras questões que já estavam previstas no Código Penal de 1940 e que ainda são temas de discussão.”

O diretor da Secretaria-geral de Administração (SGADM)/Departamento de Gestão de Acervos Arquivísticos (DEGEA), Marcio Ronaldo Leitão Teixeira, concluiu: “Esta é a segunda vez que temos a oportunidade de apresentar e qualificar o acervo arquivístico do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Para contextualizar, o acervo arquivístico remonta a 1751, quando foi criado o primeiro tribunal, o Tribunal da Relação. Podemos imaginar que o arquivo começa justamente com o início da atividade judiciária. O processo registra as atividades judiciárias e a necessidade de manter os documentos arquivados para eventual consulta, visando à sua destinação, que é a decisão judicial, o que é muito importante. Ao longo desses séculos, o TJRJ sempre teve a intenção de manter uma atividade administrativa que organizasse esse acervo. Na década de 80, começamos a ter um avanço significativo, até que, na década de 90, foi constituído o primeiro departamento de gestão de arquivos e documentação histórica. O TJRJ sempre investiu significativamente na conservação de seus documentos, o que culminou com a construção do Arquivo Central de São Cristóvão, cuja inauguração ocorreu em 2005. Em janeiro do próximo ano, completaremos 20 anos de sua inauguração.”

Painel I - Conhecendo o Acervo do Judiciário Fluminense sobre Violência Doméstica

A pesquisadora em história do TJRJ, Alessandra de Oliveira Elias, reforçou: “Meu muito obrigada à EMERJ por ceder, mais uma vez, este espaço. Sempre gosto de enfatizar a importância de o arquivo ocupar esses espaços, para que possamos apresentar um pouco sobre a nossa dinâmica de trabalho. Realizamos uma pesquisa sobre violência contra a mulher, desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa Histórica, vinculado à nossa divisão, que nasceu do DEGEA. Esse grupo de pesquisa surgiu em 2015 com o intuito de localizar processos judiciais que poderiam estar no nosso acervo intermediário e que fizessem referência a personalidades ou a fatos importantes para a história do Estado do Rio de Janeiro.”

“Gostaria de agradecer a todos que estão aqui presentes e também à EMERJ por proporcionar este espaço ao Arquivo Central do Poder Judiciário. Ações como esta são fundamentais para divulgar e ressaltar a importância do acervo da instituição. O DEGEA, localizado no bairro de São Cristóvão, oferece um serviço de atendimento a pesquisadores, voltado para o público interno e externo, acadêmicos, alunos de pós-graduação, jornalistas, escritores e pesquisadores interessados em consultar nosso rico acervo de processos judiciais. Nossa documentação abrange toda a gama de processos judiciais do estado do Rio de Janeiro sob a competência do TJRJ, a partir de 1751, incluindo ações sucessórias, ações criminais, ações civis, Direito da Família, Direito do Consumidor, executivos fiscais da fazenda estadual, entre outros”, relatou a pesquisadora em história do TJRJ, Lara Rodrigues de Brito Pinheiro.

A pesquisadora em história do TJRJ, Maria Eduado Buy Gralato, salientou: “Quanto à nossa atuação nas pesquisas, inicialmente fazemos a seleção de temas que são impactantes e relevantes para o estado do Rio de Janeiro, e trabalhamos pautados em um plano de ação. Esse plano busca definir melhor os prazos, estabelecer qual etapa cada pesquisador irá atuar e intervir, além de determinar as fontes que utilizaremos inicialmente. Majoritariamente, as fontes trabalhadas por nós são os veículos midiáticos, e realizamos pesquisas constantes para isso.”

O diretor da Secretaria-geral de Administração (SGADM)/Divisão de Gestão de Documentos (DIGED) do TJRJ Gilberto de Souza Cardoso, realizou a mediação da mesa.

Painel II – Olhares da Academia ao Acervo Histórico do Judiciário

A vice-presidente do Fórum Permanente de Pesquisas Acadêmicas – Interlocução do Direito e das Ciências Sociais, professora e doutora Bárbara Gomes Lupeti, destacou: “A produção do saber científico é, por natureza, crítica e reflexiva. Gostaria de falar sobre a importância do olhar da história pela história para esses documentos do sistema de justiça, para mostrar, de um lado, que a história, portanto, não é a mesma forma como nós estudamos a História do Direito. Existe uma ideia muito evolucionista da história, a de que os institutos que existem hoje são, necessariamente, evoluções de institutos primitivos. Acredito que a leitura da história do Direito pela história vai mostrar, justamente, uma continuidade. Isso é especialmente visível no caso da violência contra a mulher, que nunca teve uma ruptura e, até hoje, é assim. Não é resquício do passado; é permanência e é estrutural.”

A membra do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, doutora Leila Linhares, pontuou: “Eu acredito que o diálogo dos movimentos feministas com o Poder Judiciário é recente, porque a primeira possibilidade desses movimentos atuarem na modificação desse quadro e quebrarem o silenciamento era a mudança legislativa. Assim, o diálogo com o Poder Legislativo foi, talvez, o primeiro com que os movimentos feministas se engajaram: ‘precisamos mudar a lei, precisamos mudar um Código Civil que colocava a mulher totalmente em uma situação de subordinação, precisamos mudar o Código Penal, que permitia o casamento do estuprador com a vítima e eliminava a culpabilidade’. Enfim, queríamos rever toda a legislação e incluir o que hoje chamamos de perspectiva de gênero e perspectiva racial.”

A membra do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, psicóloga Cecília Teixeira Soares, concluiu: “Gostaria de agradecer muito pela oportunidade de estar aqui. É um desafio ser a última a falar, não só porque tantas coisas importantes já foram ditas, mas também porque a todo momento eu queria perguntar e comentar. Estou muito feliz e emocionada por estar aqui, e sou uma outra voz nesse espaço. Sou da psicologia e sempre me interessei pelas questões da violência contra a mulher. Em 1992, fiz um curso que não existe mais, mas que era muito importante, chamado Psicologia Jurídica da UERJ, e lá procurei discutir bastante sobre o papel da psicologia no enfrentamento da violência contra as mulheres, algo que na época não existia. A psicologia não tinha uma atuação definida, e nós éramos vistas e consideradas como profissionais que individualizavam e patologizavam a questão da violência. Hoje, temos a psicologia atuando de maneira bem importante.”

A membra do Fórum Permanente de Pesquisas Acadêmicas – Interlocução do Direito e das Ciências Sociais da EMERJ, professora e mestre, Inara Flora Cipriano Firmino, realizou a mediação do último painel do evento.

Assista

Para assistir na íntegra acesse: https://www.youtube.com/watch?v=BHKV_GFixPQ

 

Fotos: Jenifer Santos

04 de dezembro de 2024

Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)